quinta-feira, 9 de julho de 2009

Nem do mal nem do bem, apenas da favela.

Preconceito é aquela coisa de julgar apenas pela aparência, sabe? E muitas pessoas são assim, passar na rua e ver um negro já é motivo de mudar a bolsa de lado e segurá-la bem forte para não ficar sem... Uma pessoa suja se aproxima? Vou logo mudar de rumo antes que ela me estupre... FAVELAS? Nada de sonhar em passar perto se não quiser morrer com uma bala perdida. Mas na verdade, tudo isso é apenas o preconceito.
Ao ler o livro Capão Pecado, de Férrez, percebemos que não é o negro que rouba, o favelado que mata ou “aquele sujo” que estupra, é o ser humano, e TODOS nós somos seres humanos, todos nós podemos fazer esse tipo de coisa se escolhermos o caminho errado. Então, nem todos que moram em favelas ou em bairros pobres são do mal, muitas vezes até são melhores do que aqueles que vivem nas melhores mansões dos bairros mais nobres, pena que nem todos pensam assim.
Capão Pecado é um livro diferente, cheio de gírias e que mostra o cotidiano das pessoas que vivem na favela, um livro que todos deveriam ler para entender que a favela não é a pior coisa do mundo, afinal, o que há de errado com ela? Lá há mortes? HÁ! Mas me diga, onde não há? Lá há pessoas do mal, mas e as pessoas do bem? HÁ TAMBÉM! Tratamos “os favelados” como se fossem coisas do outro mundo, mas na verdade não nos damos conta de que o mundo deles é nosso também; não nos damos conta de que ele não é ele e eu não sou eu, e sim que NÓS somos NÓS... Nós somos os brasileiros, somos IRMÃOS, somos iguais perante a lei e cidadãos, então para que todo esse preconceito de “nós mesmos”?!
A vida não nos dá escolha, nós apenas nascemos. As pessoas que nascem em favelas não escolheram nascer lá, e muitas vezes entram para o caminho do “mal” por falta de opção, ou até resistem e não entram. Então, que tal deixarmos o preconceito de lado e procuramos ajudar as pessoas que precisam em vez de procurar ajudar a si mesmo quando não precisa de ajuda? Com certeza, um novo Brasil estaria por vir, mas se o Brasil se tornasse um país sem preconceito, infelizmente, deixaria de ser “Brasil”.

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